Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

"And everything goes with the wind"



Passando por uma ponte
Em um lugar esquecido da velha Londres
Avistei uma moça, jovem como a estrela nova
E parei para falar-lhe:
“Filha perdida, por que não voltas?
Tantos anos já se passaram desde sua partida
Sou velho, estou com a morte por companhia.
Retorna”
Ela tragou o cigarro e
Fez círculos com a fumaça,
tão perfeitos quanto meu pensamento,
E disse:
“Caro pai, já não sou mais sua filha.
O vento me adotou como sua imperatriz
E não posso assim largá-lo e voltar,
como você diz”
Pensei por um momento
Em algo que a atraísse
Mas nada me vinha à mente
Nada.
Tudo parecia ter voado com o vento.
Ela já não era mais minha filha.
E ela disse:
“É como imaginei. Faz tantos anos
Que nos separamos que não nos conhecemos mais.
Giramos em círculos da vida e de cigarros.
Pai, isso é um adeus.”
As lágrimas me escorreram pela face
aos borbotões, riachos, desilusões.
Nada pude fazer, apenas recolher meus
cacos.
Ela se apoiou na borda, acenou, se atirou.
E para encontrar seu marido
Desfez-se em pó antes de chegar ao mar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei imaginando Londres, mesmo sem nunca ter ido até lá.
Triste, porém belo.

Anônimo disse...

Isso me lembrou muito Virginia despedindo-se da vida...
Cello