Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

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terça-feira, 29 de março de 2011

1000 Oceanos


Um piano na madrugada. Uma voz doce, pesada, leve, maravilhosa. Tori Amos não é uma cantora, é uma força da natureza. Se o mundo ideal fosse do meu jeito, seu piano e suas notas fariam parte da vida de todas as pessoas.
A canção é triste, fala sobre despedidas e é para mim muito significativa, pois representa sempre um novo começo. De dentro da minha nostalgia, sai a flor da novidade, do amanhecer, do vindouro. E peço à Tori que divida esses novos caminhos comigo.

"Estas lágrimas que eu chorei
Chorei mil oceanos
E parece que
Estou flutuando na escuridão
Bem, eu não posso acreditar que eu conseguiria
fazer com que você não voasse
E eu choraria mais mil
Se é isso que é necessário para te trazer de volta para casa
Te trazer de volta pra casa

Estou ciente de quais são as regras
Mas você sabe que eu vou correr
Você sabe que eu te seguirei
Por sobre o Silbury Hill
Através do campo solar
Você sabe que eu te seguirei

E se eu te encontrar
Será que você ainda se lembrará
Fazendo em trens
Ou será que esta bolinha azul
Simplesmente esmorece
Por sobre o Silbury Hill
Através do campo solar
Você sabe que eu te seguirei

Estou ciente de quais são as regras
Mas você sabe que eu vou correr
Você sabe que eu te seguirei

Estas lágrimas que eu chorei
Chorei mil oceanos
E parece que
Estou flutuando na escuridão
Bem, eu não posso acreditar que eu conseguiria
fazer com que você não voasse
E eu chorava mais mil
Se é isso que é necessário para te trazer de volta para casa
Te trazer de volta para casa
Te trazer de volta para casa"

Esse post, como você bem sabe, é todo seu, meu querido.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Contos Rápidos - Parte 3

Novos contos surgidos essa semana! Estou gostando da minha empreitada pelos microcontos! E obrigado pelas dicas de várias pessoas sobre sites de literatura!


"Estava sempre atrasado, não conseguia se organizar. E como isso era possível se ele era o Senhor do Tempo?"

"Na primeira vez em que foi chamado pelo outro, seu coração explodiu, feliz, feliz! Queria tanto ser chamado de querido!"

"Trabalhava em uma instituição para loucos, doidos, varridos. Imaginem que eles ainda acreditavam no Amor Verdadeiro!"

"Aprendeu como arruinar uma amizade da maneira mais cruel. Disse para a menina 'eu te amo'. Foi o fim de tudo. Tudo."


Gostaram?

Por que escrever?

Às vezes me pergunto: tantas profissões no mundo e eu insisto nessa de ser escritor. Podia ter virado médico, dentista, empresário, vendedor de côco. Não. Eu quero ser escritor. Eu vou ser um escritor. Eu sou um escritor.

E por que escrever, pergunto-me.

Escrevo por prazer. Escrevo para expurgar meus pecados. Para pôr para fora toda essa vida dentro de mim. Para exercitar meu cérebro. Para ouvir elogios e críticas. Para recuperar-me de minhas dores. Para exaltar minhas alegrias. Escrevo porque gosto. Escrevo porque sei. Escrevo para me ouvir. Para proteger. Para me proteger. Para conquistar. Para separar. Para tornar a conquistar. Quando não falo, escrevo. Escuto. Sou otimista. Escrevo só. Sem motivos, nem dificuldades, sem nada em troca e com dificuldades inomináveis. Só sorrisos ou lágrimas. Catarse. Palavras quentes, frias, requentadas na manhã pro café. Escrevo ao som de um saxofone a meia noite. Uma clarineta. Uma flauta. Uma orquestra. Uma voz que canta.


Minha imaginação.

Disciplina ainda zero... + Kyrial

Tudo bem, tudo bem, ainda não consegui me organizar o suficiente para colocar um texto absolutamente inédito hoje. O fim de semana foi muito agitado, estou dando muitas aulas, enfim, foi bravo! =) Mas, pra não dizerem que eu sou um completo fracasso, vou publicar um texto que foi enviado para o primeiro concurso de textos da Revista Kyrial, dos alunos de Letras da PUC-Campinas.

Publicação idealizada por meu querido amigo Marcelo Mantovani e Flávia Alessandra Alves, a Kyrial surgiu em 2007, com o propósito de ser um espaço de literatura dentro da faculdade. Com o tempo aumentou, ganhou novos contornos e atualmente novos editores.

Kyrial é o nome de uma Villa de Freitas Valle, industrial paulistano que serviu como mecenas de diversos artistas brasileiros, como Pagú, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e outros. A idéia era fazer um texto de, no máximo, quinhentas palavras, em que a palavra Kyrial constasse de alguma forma. Meu texto não foi selecionado para esse concurso, mas tive a honra de ter textos publicados nas duas primeiras edições. Aí vai o texto para o concurso.

"Ela finalmente aceitara seu pedido. Ele não cabia em si de tanta felicidade. Tinha ganas de pular, gritar feito criança! Parado em frente à loja de doces Kyrial, observava o movimento das senhoras gordas e de chapéu tomando os bancos, tecendo fofocas da alta sociedade. Ouvia namorados trocando juras de amor pela eternidade, até a tarde. Nada via que não fosse felicidade. Não via os pobres esmolando pelas ruas; nem a moça descalça implorando fósforos no frio. Não via nada mais. Não viu o carro."

Aproveito para deixar registrado o meu apoio a nova equipe editorial da Kyrial. Espero que vocês consigam manter a nossa revista viva e cada vez melhor!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Salve, Elizabeth Taylor!




















"Se você me deixar, eu me mato. Não há vida sem você" (Richard Burton, ex-marido de Taylor, em uma de suas primeiras cartas de amor.


Obrigado por tudo, Cleópatra!

Disciplina

Uma das características principais de um escritor é a sua disciplina. Procurar as palavras certas, saber quando esconder e quando revelar, criar nomes das personagens, nem sempre é uma tarefa fácil. É, porém, necessário que continue tentando. Algo que sempre ajuda um escritor iniciante como eu, segundo os grandes gênios, é criar uma rotina, algo que me compele a escrever com certa regularidade. Prazos finais (ou "deadlines", como usado no inglês e às vezes em algumas empresas no Brasil) fazem com que nós nos forcemos a escrever e a criar.

Já dizia Thomas Alva Edison, "1% de inspiração e 99% de transpiração". Olavo Bilac considerava-se um ourives da palavra, no sentido de serem suas palavras jóias que necessitam de polimentos, cortes e ajustes. Quem lê Olavo Bilac percebe o tempo que ele deve ter levado para que seus poemas ficassem prontos. Tudo é milimetricamente pensado e ajustado, as rimas sobrepostas, interpoladas, internas e todos os outros termos técnicos possíveis.

Sendo assim, resolvi me propor um novo desafio. Todas as segundas-feiras, começando já na semana que vem, colocarei um texto novo no blog. O assunto não importa, o tipo (poesia, estória, crônica) também não, o que interessa é colocar um texto novo. Se quiser colocar mais de um durante a semana, vale. Esse é um compromisso que estou assumindo publicamente com meus fiéis leitores (eu sei que tenho alguns por aí, mesmo que eles não se mostrem, =) )

E na próxima segunda, já vou começar a nova rotina. Espero que gostem do que aqui aparecer! Se puderem, comentem sempre! É um prazer ler o que vocês escrevem!

Saudações literárias,

                                               R.

terça-feira, 22 de março de 2011

Contos Rápidos - Parte 2

Atendendo ao pedido do meu querido amigo Marcelo Mantovani (que está super mega extra chique fazendo mestrado em Portugal), vou publicar os contos rápidos aqui também. Nem todo mundo tem twitter, certo? =)

"Sapatos rasgados guardados no fundo do armário. Restos mortais de uma jornada inútil na busca pelo amor perfeito."

"Trocou todas as suas roupas por novas, ninguém mais iria chamá-la de estranha e problemática. Chamariam-na Lady Gaga"

"Era tão preguiçoso que morreu fazendo o que era melhor: dormindo."

Penso nesses contos rápidos como uma nova forma de hai-cai (aquelas poesias orientais que tem apenas três versos). O grande ponto é como conseguir contar uma história inteira (ou ao menos provacá-la na mente dos leitores) com poucos caracteres. Exercício interessante e tem dado certo. Espero que vocês estejam gostando tanto quando eu!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mente, Mente

“Deite ao meu lado calmamente
mente, mente, mente, mente
e me aperte furiosamente
mente, mente, mente, mente
e me deixe alto
alto, alto”
                           (Robson Borba – “Mente, Mente")

A menina mal tinha dezesseis anos, mas, em sua mente viciada, ela era a criatura mais linda que ele já tinha posto os olhos. Seu cheiro de juventude impregnava o apartamento e ele ficava maluco. Era sua, somente sua e ele poderia fazer o que quisesse com ela. Afinal, ela era sua mercadoria.
Tinha sido comprada – com dinheiro alto – de um traficante de mulheres. Sabia que era o certo. O tal traficante tinha entrado em contato com ele e oferecido as mais maravilhosas garotas da história. E ele acreditou e se deu bem. Tinha a certeza de ter escolhido a melhor de todas.
Quando o outro tirou as meninas (várias, em torno de dez, com idades entre nove e dezessete) do furgão e as colocou em fila para que ele escolhesse, seus órgãos deram piruetas de prazer. Era como um parque de diversões somente para ele! Puxou o cabelo de uma para ver se era forte, fez várias perguntas para outra, deu tapas nas costas de uma terceira, até encontrar Maria Lúcia. A perfeita.
Ela era loira, mas não muito. Em torno de um metro e sessenta. Grandes olhos bem verdes, rosto cor de rosa, parecia saída de um filme infantil. Devia ser de boa família, ele pensou. Tinha trejeitos de madame, apesar dos horrorosos chinelos que calçava. Não queria saber de onde tinha vindo ou qual era seu verdadeiro nome. Para ele, ela era Maria Lúcia, a Perfeita, assim mesmo, com letras maiúsculas e tudo.
Suas roupas estavam sujas, pareciam ter sido banhadas com água podre. Seu hálito era de quem não via uma escova de dentes há vários dias. Puxou-a pela mão, deu o dinheiro ao traficante e levou-a para sua casa. A garota chamou a atenção dos passantes, enquanto se dirigiam ao ônibus que os levaria embora do lugar.
Subiram as escadas e ele ficou contemplando sua mais nova propriedade. Embebedava-se com os olhos dela amedrontados, relutantes. O início do pavor causava-lhe um estranho prazer.
Sentou-se no sofá vermelho e pediu que ela ficasse perto dele. O medo tingiu-la as faces. Não queria, estava bem ali de pé. Levantou-se ele então e foi para a cozinha. O apartamento era bem pequeno, era o máximo que ele podia pagar. O quarto e os outros cômodos era todos o mesmo. Pegou um copo de água e entregou a ela. Não queria que sua nova criatura linda ficasse com sede.
Os olhos reviraram e ele olhou para a parte interna de seu cotovelo. Parecia uma pintura abstrata. Cores verdes, amareladas e muito roxas mostravam-se a quem quisesse enxergá-las. A veia bastante inchada dava sinais de que o sangue ainda por lá corria. Pegou suas seringas já previamente preparadas e sorriu. Ia dividir aquele momento de lazer com sua mais nova convidada.
Maria assustou-se ao vê-lo aproximar-se com a seringa e quis dizer algo, mas ele falou para que se calasse e não arruinasse o momento. Pegou o braço da moça delicadamente e, como um anestesista, aplicou a seringa na veia jovem. Talvez o medo tenha feito com que ela ficasse completamente parada, ao invés de gritar e tentar fugir. A droga correu pelo sangue de Lúcia e ela ficou tonta. Caiu e ficou espalhada no chão, como se fosse uma marionete solta no espaço.
Seus trapos vestidos se desarrumaram com sua queda e grandes porções de sua pele apareceram. Ele abaixou-se e, como um cão, passou a cheirar sua noiva, ao menos, a pobre menina que ele chamava de noiva. Rasgou os trapos e revelou a nudez dos seios da mercadoria. Pequenos, rígidos, ainda não de todo formados. Pôs sua cabeça entre eles e ficou ouvindo os delírios de sua paixão. Passou a beijar o corpo da moça inteiro, rasgando também o remendo que se considerava saia.
O sexo teve um gosto proibido, dolorido. O sangue da primeira vez parecia inundar o sofá. Ele percebera isso, mas não tinha problema. Era um sofá vermelho, seus parcos visitantes sequer notariam o que lá havia acontecido. A menina delirava com a droga e ele aproveitava cada momento. Sentia-se poderoso, quase como Deus, decidindo o que era melhor para ela. Em seu sóbrio delírio iniciado anos atrás, dizia que só queria ajudar as pessoas. E que não fazia nada errado. E que as atitudes hediondas não era erradas. E que o amor não tinha idade.
Pegou outra agulha – tinha acabado de conhecer a moça, não sabia se ela tinha doenças ou não, resolveu não arriscar – e injetou-se também. Ficaram os dois prostrados no chão, depois do amor mal-feito e rápido. Ele sonhava em conhecer os pais de sua noiva, Maria Lúcia, e pedi-la em casamento. Não sabia como iam reagir ao seu pedido. Teria de causar uma boa primeira impressão. Não somente boa, mas ótima. Perfeita. Falaria de assuntos pouco triviais, traria ações da bolsa de valores para uma conversa de cozinha e trocas no governo para o cafezinho. Nem sequer sabia se a moça conhecia os pais ou se fazia alguma idéia de onde moravam, mas nada disso atrapalhava seu delírio de uma vida perfeita.
A Noiva, cada vez mais delirante, passava por uma série de pesadelos e dores físicas. Apesar de ter tentado ser gentil e amoroso, Ele só conseguira causar-lhe dores em diversas partes fazendo com que ela não conseguisse sequer dormir. A principal era o corte feito em seu último traço de humanidade. Tinha sido drogada, arrastada para um apartamento estranho, violada e agora estava jogada no chão como um pedaço de bosta.
Aos poucos, cansados, entraram naquela parte do sono em que não realmente sabemos o que é realidade e o que é fruto de nossa imaginação. E cores, formas, sensações começaram a aparecer, como em uma enorme roda gigante rodando muito ligeiro.
Em suas viagens egotripóticas, não ouviram os policiais que gritavam do lado de fora. Os olhos de ambos fechados não sabiam para onde estavam sendo levados. Uma das garotas conseguira fugir de seu novo dono – um velho político – e denunciar o esquema todo. A policia resolver agir rápido para desmontar a quadrilha de pedófilos. Levaram-no para a cadeia e sua Noiva para o hospital.
No caminho, Maria Lúcia teve reações adversas. Chamava pela mãe, por Deus, pelo Noivo. Seu coração não era forte suficiente e a quantidade de droga em seu corpo era enorme. Duas paradas cardíacas. Silêncio.
Em sua mente ele não tinha feito nada errado. As outras pessoas – ridículos policiais em seus ridículos uniformes – é que não entendiam nada. Ele estava fazendo o bem, estava salvando aquela menina do mal que poderia lhe acontecer se ela caísse em mãos cruéis. Ele amava a menina, por isso a tinha comprado. Tinha-a tocado com amor e cuidado, não queria que nada de mal acontecesse com ela.
Foi jogado em uma cela, com mais vinte. Seus colegas de quarto cuidaram para que ele tivesse uma longa noite de reflexões. Eterna. A mente mente. E ele acreditou nas mentiras de sua própria mente, mente.

Contos Rápidos

Estou com um projeto novo. Seguindo a onda do Twitter (algo que está revolucionando a escrita e a internet de uma forma que eu nunca imaginei possível), resolvi começar a escrever contos rápidos, sem título, com menos de 130 caracteres, regra do Twitter.

Aí vai o primeiro: "De tanto falar que os outros eram inesquecíveis, acabou esquecendo-se de si mesmo."

Os outros - quando surgirem - aparecerão no endereço http://twitter.com/Ricamaciel

Não é exatamente uma novidade, mas será divertido.

Wall of Silence

I woke up this morning
The sun was up shining
My hair was a mess
And I just couldn't face the world

I did cry for you
I thought of you
I wish I could have smoked you
But I don't smoke

This is not funny
This wall of silence makes no good to anyone
Not speaking, not talking, not living
Who's gonna tell my heart not to feel? You?
I don't buy it.

Maybe the faeries have something on me. Maybe they are just playing a twisted game in my head.
Oberon and Titania stopped their non-stopping fight just to pick on me? Is that even possible?
I guess it might be Puck, the smart Puck, poisoning me with this love that cannot happen.

I know you don't want me, now I know for damn sure.
You'll regret it and I'll regret ever loving you.
I was so goddamn addicted to your face.
The face that now I want to smash in the wall.

Don't you dare stalk me! Don't dare showing up again!
Get out of my house! Get the hell out of my show!


Beat it, bitch.


Esse poema é uma ficção. Eu resolvi escrever da perspectiva de alguém extremamente enraivecido com o fim de um relacionamento. Joguei Oberon e Titania no meio somente porque gosto deles. Nem tudo que escrevo nesse blog tem relação com a minha vida. Algumas tem, algumas não. Várias são puramente ficcionais. A graça é justamente descobri quais são e quais não são, e quanto a isso, não posso ajudar. =)

Out There

Para meu grande amigo Luciano Pereira, que pediu que eu escrevesse mais em inglês.

Out there
Out there

There's a place where life is easier
Pretty little liars birds and green trees with big eyes

Oh, Streets of London,
I get down on my knees and ask you all for help
I've tried so many times to flee
Nobody, nobody, NOBODY, has ever helped me
ME

I cannot go. I cannot go away.
Going away is not the safest bet.


Yet.