Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Vidros de Perfume e Perguntas

Sentado no canto de um café escuro
Rodeado de pessoas sem nome ou face
Uma época na qual a linguagem era um quase nada
Minhas lágrimas se misturaram na infusão,
especiarias da Índia e sal refinado.

Na rua, chuva
Uma grossa capa para proteger-me
Tantos planos jogados, ultrajados
abandonados no chão,
como um cigarro que não se fuma mais.

Um piscar de olhos hoje
Provoca uma guerra das rosas
Vidros de perfume e perguntas no chão de mim
Nada rima.

Eu queria um chá
Apenas um chá
Queria apenas ficar com alguém
Ficar com você.

E a neve toca o vidro do meu carro.
Para onde?
Não sei
Longe de ti, talvez.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Flash

Toque-me
Sinta-me
Estremeça-se ao me ver

Desça as escadas
Como se fosse o último show
O último copo
O último olhar

Foco de luz em ti
Todos os olhos em mim
E nada.
E mais nada.

Pegue minha mão e
me leve a um parque
com rosas amanhecidas
bicicletas voadoras
e barcos na terra

Me ligue às cinco da manhã e sorria
Invente história tolas e conte ao guarda
Conte ao psicólogo
Conte ao psicopata

Jogue todos esses livros pra cima
E vamos viajar
Leve e deixe-se levar
Leve, sobre as linhas da mão

Descanse sua mão na minha
Apóie seu rosto no meu ombro
Durma comigo

Você entende o que eu digo?
Você sente o que eu sinto?
Você tem coragem de entrar nessa?

Abre os olhos para ver a lua,
nossa diva
Acaricie as orelhas de Flush, o cão
Uive para a loba Virgínia

Vai
Me leve
Nem que seja só por uma noite
Ou uma tarde dessas, de chuva

Mas não me abandone
Não me deixe
Responde.



Silêncio.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

"Horizonte de Memphis"



“Nunca pensei no Hades1 sob o Mississipi2,
Ainda assim vim cantar para ele
Então, fúrias do sul, preparem-se para andar,
pois minha harpa encordoei e vou partir com ele

Relaxem as engrenagens da rima, sobre o céu de Memphis
Girem de volta as rodas do tempo, sob o horizonte de Memphis
Sempre o odiei pelo seu aspecto na meia-luz da manhã
Então veio Hallelujah3, soando como a louca Ofélia4 para mim em minha sala de estar
Então beije-me, meu querido, fique comigo até a manhã
Retorne e você ficará sob o horizonte de Memphis”

1. Na mitologia grega, o Hades era tanto o Senhor da Morte e dos Subterrâneos, quanto o lugar para onde iam todos os mortos.
2. É o maior rio dos Estados Unidos da América. Percorre a cidade de Memphis, capital do Tennesse.
3. Música de Leonard Cohen, cantor e compositor canadense, freqüentemente gravada por diversos músicos, inclusive Buckley e Wainwright.
4. Ofélia (ou “Ophelia”) é a amante de Hamlet (da peça homônima, de William Shakespeare), que, ao perceber não ser amada, enlouquece e se afoga.

Essa bela canção foi escrita por Rufus Wainwright – que está vindo ao Brasil e que eu mal posso esperar para vê-lo, das cadeiras VIP! – para outro cantor, compositor e guitarrista, Jeff Buckley. Nascido em 1966, Buckley se afogou no rio Wolf, em Memphis, em 1997.

Uma canção triste, um lamento pela morte de um cantor. Rufus já disse em entrevistas que se arrepende de não ter tido maior contato com Buckley.

ps: Essa tradução é baseada naquela feita por Reginaldo Maciel, na comunidade “Rufus Wainwright”, do Orkut.