Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Anos 30

Acordo.
Acordo.
Acordo, sinto-me acordando, mas permaneço de olhos fechados. Penso em abrir um olho e depois o outro, mas já fico cansada só em pensar nisso. Quero guardar o resto de sonho ainda, ao invés de me jogar de pára-quedas em um novo dia. Fico de olhos fechados e as pálpebras se incomodam, parecem reclamar e dizer: “abra logo seus olhos, raios!”, mas finjo que não escuto. Nem teria como escutar mesmo minhas próprias pálpebras. Acho que estou ficando louca.
As imagens do sonho se dissipam e o meu campo de visão se torna um eterno vazio. Entro em contato com a luz solar aos poucos. Alguém deve ter pensado no meu bem e vindo abrir as janelas para deixá-la entrar, mas eu não a quero. Não quero ter contato com o sol que traz vida e alegria. Não quero.
Quero ficar no escuro, dentro de mim, me nutrindo, me desgastando, me dissipando também como brumas. Não me quero mais e me quero ainda. E o tal sonho foi horrível, mas melhor que essa realidade de merda.
Abro os olhos em um impulso. O choque faz meus olhos contraírem e chiarem como chaleiras. Meu cérebro me levanta e fecha as janelas. Volto para a cama. Quero voltar para o sonho. Aquele sonho feliz que eu tinha. Aquela pessoa que eu era. E na janela só vejo neve, neve, neve e nada. Quebrei todos os espelhos e maquiagens. Pareço uma puta velha. Cansada dessa porra toda.
Velha.

Um comentário:

Karina Mochetti disse...

Mas a neve é tão bonita!!! :)