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segunda-feira, 31 de março de 2008

Rufus Wainwright no Brasil



Finalmente, depois de dez anos de sua estréia com um disco homônimo, Rufus Wainwright vai aportar pelas nossas terras tupiniquins! Considerado um dos mais talentosos compositores da atualidade, Wainwright vem de uma família inteira de músicos, mas, ao contrário dos Von Trapp (do filme "A Noviça Rebelde"), cheia de histórias complicadas e separações.

O pai de Rufus, Loudon Wainwright III, é um conhecido cantor de folk-rock do anos 70, mas que pouquíssimo sucesso fez aqui no Brasil (o filho também não faz muito...). Alguns podem conhecê-lo por suas interpretações e pontas em diversos filmes. O mais recente foi “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, do mestre Tim Burton, em que ele faz o prefeito da cidade de Espectro, aquele simpático senhor que recebe Edward Bloom e entrega-lhe a chave da cidade. Tanto a mãe quanto a tia e a irmã e a outra tia e as primas de Rufus são cantoras. A mãe, Kate McGarrigle, participou do último show de Rufus, gravado no Carnagie Hall, em Nova Iorque, refazendo o clássico concerto de Judy Garland no mesmo espaço em 1961.

Seu segundo disco, “Poses”, é considerado por muito a sua grande obra, por atingir a perfeição entre os dois mundos transitados pelo cantor: as canções pop e a influência operística e teatral (Rufus está, inclusive, compondo uma ópera há três anos, de nome “Prima Donna”). Os dois discos seguintes, em que Rufus pretendia mostrar seus lados masculino e feminino, são considerados exagerados e afetados, o que eu particularmente discordo. Acredito que o projeto “Want” contenha algumas das mais belas canções já escritas no mundo, como “Dinner at Eight”, sobre uma discussão de Rufus com seu pai, e “The Art Teacher”, em que Rufus se coloca no papel de uma aluna apaixonada pelo professor de artes, lembrando das aulas depois de muitos anos.

Seu quinto disco, “Release the Stars”, produzido por Neil Tennant, do Pet Shop Boys, é uma reviravolta em seu estilo, tornando-se mais contido e um tanto quanto ácido. O disco apura os arranjos de Wainwright, buscando uma maior sabedoria no casamento sonoro dos instrumentos.

Rufus sempre foi declaradamente homossexual, chegando a escrever uma canção de nome “Gay Messiah” (presente no disco Want Two). Rufus já passou por algumas complicações. Durante a adolescência, costumava cantar a referida música em festas e provocar o riso dos amigos com versos como “Ele renascerá da pornografia dos anos 70” e “Não, eu não vou ser aquele batizado em esperma”.

Em uma dessas festas foi convidado por um homem mais velho a passear em um parque perto de sua casa e o que poderia ser um passeio romântico à luz do luar, tornou-se um estupro e um roubo, resultando em um Rufus com problemas de relacionamento por longos anos. Conversas com a diva Tori Amos, que passou por situação semelhante, o fizeram lidar melhor com o fato.

Rufus também conta que a canção já referida “Dinner at Eight” foi feita para seu pai, após uma briga entre os dois. Rufus havia sido convidado para estampar a capa da revista “Rolling Stone” e os editores acharam por bem chamar também seu pai. Por um motivo que não se sabe, Rufus disse que o pai se aproveitava de seu sucesso, pois ele nunca havia estado na capa de uma revista tão importante e não estaria se não fosse por ele. Isso calou fundo, deixando Loudon furioso, o estúdio pasmo e a sessão de fotos cancelada. Chegando em casa, ele compôs a canção, uma letra pesada, mas lindíssima. Após a reconciliação, Rufus a gravou.

É com toda essa bagagem que Rufus chega ao Brasil para uma temporada de quatro shows, até agora confirmados: São Paulo, Brasília, Rio e Belo Horizonte. Temos a obrigação e o dever de lotar todas as apresentações desse grande gênio em nosso país! Quem sabe isso o faça voltar mais e mais vezes para nos deleitar com suas canções e seu humor!

Aqui fica a indicação de um dos clipes do Rufus.

Este é "Rules and Regulations", do "Release the Stars"

Este é "California", do "Poses"

Rufus! Rufus! Rufus!

2 comentários:

Bruna Zanardi disse...

Não conheço nenhuma música do Rufus. Quais você me indica para que eu baixe e ouça?

Agora mudando de música para sentimentos (não que eu tenha mudado o foco da conversa).
Fico impressionada de como você consegue escrever coisas que "mexem" comigo. Você me entende, você me vê, sem estar ao meu lado.

Saudades de você.

Beijos, Nica.

Anônimo disse...

A Tori ama o Rufus de paixão. Dada a nada-convencional música de ambos, não era para penos.Perfeitos.