Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

Protected by Copyscape Online Copyright Search

sábado, 24 de novembro de 2012

Era Natal


Ele gostava tanto de Natal que era irritante. Se era meio, muito ou super irritante, isso dependia de quem dava a resposta. O que interessa saber é que ele passava o ano inteiro pregando ideais de amor e paz, de união entre as pessoas e tudo o mais. Os outros moradores da vila se sentiam acuados. Ele parecia estar em todos os lugares, aquele homem. Não havia nada que eles fizessem que ele não estivesse ali para aprovar ou para repreender. Uma bituca de cigarro jogada na rua poderia servir de munição para sermões por uns bons dias.

Só as crianças gostavam dele. Sempre colocava uma barba branca e uma roupa vermelha e dava presentes para elas. Ele era uma fonte de fantasia para elas que, apesar de tão jovens, já viviam em condições difíceis.

O tempo passou e, ao contrário do que se esperaria, as pessoas da vila passaram a gostar menos ainda dele. Invadiram sua casa, roubaram várias de suas coisas e disseram que suas crianças não se aproximassem dele.

Ele andava amargurado pelo parque da cidade quando foi atacado. Três homens deram-lhe socos no estômago e um cortou sua garganta. O sangue escorreu pelo seu peito. Jogaram-lhe neve no rosto.

Aquela sangue e a neve faziam com que ele parecesse uma espécie de Papai Noel macabro.

As pessoas daquela vila já haviam desistido de fantasia.