Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Fernanda dos Dias

Tudo começou com um tremor. Outro. Vários tremores. Os dedos se estalavam, nervosos, ansiosos como a dona. Os cabelos revoltos, rebeldes e imponentes chamavam a atenção e completavam a beleza da moça.  O sorriso alegre ao me ver preencheu minha noite. Eu, na minha insegurança, sempre acho que esses amigos músicos que quase não vejo por falta de tempo não vão se lembrar de mim. Eu sei, eu sei – paranóia – já estou tratando isso na terapia, fiquem tranqüilos. O bom é perceber que eles não só se lembram, como me chamam por apelidos carinhosos. Fico feliz. É um jeito de estar perto, mesmo estando longe.
E a moça cumprimentava a todos, amável que só ela, irradiava uma luz forte e interessante que alumiava a noite fechada. “Hoy” era seu dia. A estréia. Não era estréia de palco – seu já velho conhecido – mas estréia de um trabalho próprio, seu. (A pré estréia na verdade, como a artista fez questão de frisar em um determinado momento do show. A estréia ocorrerá quando do lançamento do disco, no fim do ano.)


Fernanda Dias. Voz grave e poderosa, certeira. Eu nem sei quanto tempo faz que acompanho sua carreira, sei que sempre torci por seu sucesso. Tinha umas gravações antigas no meu carro – o cd gravado já quase furado – e sempre que a encontrava fazia a mesma pergunta, correndo o risco de me tornar chato ou inconveniente: “E o disco? Vai sair? Pra quando?”. Ela sabe que era pergunta de fã babão. É tanta admiração que fica difícil saber o que falar, confesso. Sei que não é fácil acertar, mas errar também não é.
Estava ali bem apoiada por músicos da fina nata campineira (e afins). Henrique Torres, tocando poucas coisas como sempre: guitarra, baixo, stilofone, teclado. José Siqueira, o irmão, que eu não conhecia até hoje, tocando violão, baixo e cavaquinho e Bruno Sotil, na sua já tão característica percussão, que conheço desde o primeiro show de Tatiana Rocha que eu vi.
Tenho orgulho de morar em Campinas e tenho orgulho de ver, ouvir, e saber que aqui se faz música de muita qualidade. Alguns músicos são naturais daqui, outros vieram parar aqui. Seja como for, todos contribuem para deixar essa cidade cada vez melhor. Mesmo que seja lenta como o passo de Igbin, tenho certeza que essa revolução de qualidade – música, poesia, canto – vai render muitos e muitos frutos.
O show foi bárbaro. Conhecia várias letras e cantei junto. As novas ouvi atento. Estou louco para ter o cd. Uma das partes mais bonitas foi quando Fernanda chamou  Taïs Reganelli, irmã de Henrique, e outra sumidade – com o quê de ser suíça-chique-simpaticíssima. Amigas de tempos, abraçaram-se, dando força uma para outra e fizeram dois belos duetos. Nem consigo acreditar que em um país que cultue Latino, Calypso e outras cositas más, possa ter espaço para essas duas. E tem. Tem espaço para todo mundo. E que ninguém me ouça para não dizer que é preconceito, mas a verdade é que eu quero que esse povo – Henrique, Bruno, José, Tatiana, Taïs, Fernanda, André deMarco, Helena Porto, Fernando Baeta – domine o mundo! Assim eu nunca mais terei de ouvir tanta porcaria musical! Eu vou fazer de tudo pra isso acontecer!
Voltei para casa sobre o efeito da música, do encontro com amigos, do prazer da música. Que coisa bacana é essa que a música faz com a gente? Tira do prumo e põe em outro estado. Talvez o original? O estado de total contato com tudo? Não sei. Filosofias de fim de noite. Sei que gosto desse estado e o quero para o resto da vida.
Fernanda Dias é um nome que ainda vai dar muito que falar. Fernanda Dias deixa sua marca – forte, direta – desde o princípio. E hoje eu não falo como crítico, nem como escritor, nem como artista das letras. Hoje falo como amigo. E sendo amigo, digo que estava lindo. E sendo amigo, digo que talvez tenha sido um dos melhores shows. E sendo amigo, digo que tenho muito orgulho de conhecer essa grande cantora. E sendo amigo, sou fã há tempos. E sendo fã há tempos, digo que foi simplesmente o máximo.

Fernanda dos Dias. Passados, presentes e futuros!

Um comentário:

André DeMarco disse...

Aeeee! Adorei o texto!! Abraços!