Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um Só Olhar - Versão 2

E quem era ele? E para onde ia?

Ela estava sozinha há algum tempo. Sua vida amorosa era um desastre. Os homens com quem havia saído não passavam de casos e romances momentâneos. Nos fins de semana, suas noites eram distraídas pelas doces histórias dos filmes que escolhia na locadora de forma muito cautelosa, tendo certeza de que o final seria feliz, perfeito.

Nunca lhe ocorreu escolher outro gênero de filme. Achava desperdício de tempo ver filmes de guerra, terror ou até mesmo suspense, que sempre a deixavam apreensiva.

Escolheu o filme. A capa tinha um lindo casal, ele era ideal e ela parecia uma boneca, linda.

O menino do caixa sempre fazia os mesmos comentários e ela concordava sorrindo e torcendo para ele se calar logo. Dia ou outro, achava-se no direito de aconselhá-la dizendo que não era saudável assistir esse tipo de filme. Ela, educada, agradecia sorrindo.

Já em direção a saída, com a cabeça baixa, viu-o entrar e quando entrou, olhou-a nos olhos com tanta firmeza que sentiu suas pernas bambearem. Não tinha certeza sobre o que se passava na cabeça dele. Tinha achado-a bonita? Feia? Teria notado alguma celulite? Ou, simplesmente, parecida com alguém conhecido? Mil perguntas pulavam seguidas em sua cabeça.

Saiu da locadora, sentiu-se como se todos tivessem notado sua reação diante daquele homem de olhar tão seguro. Sentiu-se boba, desarrumada e desmaquiada, mas foi desse jeito mesmo que decidiu voltar e perguntar ao menino-dos-conselhos quem era aquele sujeito, mas ele, infelizmente, não o conhecia. Aproveitou para observá-lo; se vestia bem e tinha um jeito diferente, era charmoso.

Saiu novamente, desta vez muito devagar, torcendo para cruzar com ele novamente, mas nada. Ficou alguns minutos pensando em como poderia falar com ele, mas nenhuma idéia lhe surgia. A vergonha, a timidez e o convencional machismo da sociedade, que diz que uma mulher não deve abordar um homem, impediam-na de encarar um “Oi! Tudo bem?” com naturalidade.

Aquele pouco tempo que ficou ali, sonhou! Imaginou-se casada com ele, a casa decorada e as crianças correndo no quintal. Poderia viver eternamente de amor, como nos filmes que assistia. Acordou com a buzina do carro dele, estava indo embora, acelerou e a deixou, apenas, com o sonho. Seguiu seu caminho.

Aléxia Galvão

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigada querido! É uma honra ver meu texto publicado no seu blog.

Beijos
Aléxia G.