Ele gostava tanto de Natal que era irritante. Se era meio,
muito ou super irritante, isso dependia de quem dava a resposta. O que
interessa saber é que ele passava o ano inteiro pregando ideais de amor e paz,
de união entre as pessoas e tudo o mais. Os outros moradores da vila se sentiam
acuados. Ele parecia estar em todos os lugares, aquele homem. Não havia nada
que eles fizessem que ele não estivesse ali para aprovar ou para repreender. Uma
bituca de cigarro jogada na rua poderia servir de munição para sermões por uns
bons dias.
Só as crianças gostavam dele. Sempre colocava uma barba branca
e uma roupa vermelha e dava presentes para elas. Ele era uma fonte de fantasia
para elas que, apesar de tão jovens, já viviam em condições difíceis.
O tempo passou e, ao contrário do que se esperaria, as
pessoas da vila passaram a gostar menos ainda dele. Invadiram sua casa,
roubaram várias de suas coisas e disseram que suas crianças não se aproximassem
dele.
Ele andava amargurado pelo parque da cidade quando foi
atacado. Três homens deram-lhe socos no estômago e um cortou sua garganta. O sangue
escorreu pelo seu peito. Jogaram-lhe neve no rosto.
Aquela sangue e a neve faziam com que ele parecesse uma espécie
de Papai Noel macabro.
As pessoas daquela vila já haviam desistido de fantasia.
Um comentário:
Meu deus! o.o
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