Caros visitantes,

espero que vocês divirtam-se muito lendo minhas palavras. Peço, porém, por ser esse um trabalho independente, que não republiquem meus textos - inteiros, partes, frases, versos - sem minha expressa autorização. A pena para crime de plágio é dura, além de ser algo bastante humilhante para quem é processado. Tenho certeza que não terei problemas com relação a isso, mas é sempre bom lembrar!

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Confissões de um sobrevivente de shopping em época de Natal.

Está sozinho em casa e quer algo divertido para fazer? Vista sua roupa mais relaxada, pegue o carro e vá ao shopping. A época de Natal é talvez uma das melhores para esses, huum, digamos, passeios… As pessoas estão alegres e contentes e os preços baixos, com lojistas com rostos gentis e felizes. Ah, tá. "Senta lá, Cláudia", como diria nossa filósofa maior – a Xuxa.
Eis que hoje eu tinha até umas coisas para fazer, como arrumar a pilha de livros do meu quarto ou os CDs que vão se acumulando mais e mais. Também poderia ter organizado as coisas da escola que eu trabalhava, mas não. Resolvi dar vazão ao meu lado consumista e ir ao shopping. Se arrependimento matasse… acho que ainda estaria vivo.
Eu não gosto de shoppings. Vou muito, é verdade, mas isso não significa necessariamente que eu goste, oras. Veja bem, todos nós temos que pegar filas em banco e supermercados e não vejo ninguém dizendo: “eba, que legal, hoje vamos ficar em uma fila por duas horas só pra pegar um vidro de palmito, ê!!”. Talvez até possa ouvir isso, mas essa pessoa provavelmente está bêbada ou é gringa e não tem a menor idéia do que está dizendo.
Meu conhecimento de shopping é muito pontual. Interessam-me as livrarias, os cinemas e os bons cafés. Só. Às vezes uma ou outra loja de celular ou sei lá mais o que. Em todos os shoppings da cidade, sei onde ficam essas partes específicas, mas não me pergunte sobre lojas de roupas e/ou lugares para comprar perfumes. Não sei mesmo, e também não faço questão.
Enfim, pós conjecturas levemente inúteis, cheguei ao bendito centro de compras debaixo de um sol escaldante. É nessas horas que eu queria ser milionário e ter um carro com ar condicionado. O meu carro tem um ventilador muito do sem-vergonha. Quando está quente, ele assopra quente. Quando está frio, ele assopra frio. Desgraçado.
Uma coisa que acontece sempre comigo – talvez vocês até se reconheçam nessa confissão – eu nunca me lembro onde parei o carro. Não faço a mínima idéia se foi no 3N, no 7B ou no 15ABCD. E tenho a tendência a ficar rodando feito um panaca pelo estacionamento procurando por ele – isso que o quatro-rodas é vermelho, pra já dar um diferencial, imagina se fosse de outras cores. Nessas horas vemos que nem tudo o que nos prometem funciona realmente.
Por exemplo, no meu controle do alarme existe um comando que supostamente faz o carro apitar duas vezes justamente para uma situação como essa. O carro apita? Sim. O tal comando funciona? Sim. Porém somente quando eu estou a dois metros do carro. Ou seja, mesmo com isso continuo rodando em círculos. Some a isso uns bons metros cúbicos de chuva para entender como o meu humor estava bom...
Lá dentro do maior shopping da América Latrina, pessoas das mais diferentes. Repare aqui o emprego da palavra “diferente” no sentido de “esquisito, delirante ou que raios você estava pensando?!”. Respirando fundo, adentrei o ambiente, me misturando aos passantes e compradores em ritmo frenético.
Olha, enquanto andava, vi pessoas esquisitas. Feias em roupas bonitas, bonitas em roupas bonitas, bonitas em roupas feias e combinações estranhas. Falam que reparar em roupa é coisa de mulher e eu devo concordar que é mesmo, mas depois de quatro anos de letras acabei ficando escolado. (piadinhas sobre minha sexualidade devem ser engolidas agora, 1,2,3 já!!).
Vi que os maridos servem mesmo é para carregar os pacotes que as mulheres – vez por outra com suas listinhas na mão – compram a torto e direito pelas lojas. São as chamadas lembrançinhas. As tais lembrançinhas tem níveis. Coisas boas para família, para o pessoal do trabalho e, bem, chaveiros e outra tranqueiras para aquelas pessoas que não são tão chegadas assim. Meia também entram no esquema. Preste atenção, meu intrépido leitor natalino, se você ganhar pares de meias e chaveirinhos de couro, está na hora de rever sua importância na vida de seus presenteadores.
Além disso, veja também se você não está sendo muito sovina com seus próprios presentes. Lembre-se: ganhar uma meia de presente de Natal é algo imperdoável. Tenho certeza que vários psiquiatras e psicanalistas lidam com casos intensos de depressão que começaram com o paciente falando: “no Natal passado, ganhei sete pares de meias – ninguém gosta de mim...”. O que não é exatamente verdade, veja bem, os donos das lojas de calçados te consideram pra caramba...

3 comentários:

Unknown disse...

Muito divertido seu texto e ao mesmo tempo oportuno para reflexões sobre esse consumismo desvairado... é triste ver que tantas pessoas acreditam que felicidade é trocar presentes... e talvez o pior é que o verdadeiro sentido do natal nem é comentado...

Isa disse...

99,9% de fidelidade à realidade. Muito bom!

machi disse...

HAAAAAA!!! aaah, meu amigo.. como eu me identifiquei com esse texto.. hahaah

e eu tb nunca lembro onde estacionei o carro.. eu saio do estacionamento e falo "ok, 3A".. na hora de ir embora, quem disse que eu lembro?!?!

to adorando seu blog, Ri!
beijos!